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Gopherhole para leigos

Autor: nix

Data da publicação: 14/05/2024

O protocolo Gopher antecede a World Wide Web. Foi projetado para a distribuição de documentos em rede. A sua interface baseada em menus de texto é adequada para ambientes de computação que dependem de terminais. Um Gopherhole é algo semelhante a um website minimalista, ainda que não seja exatamente a mesma coisa. É extremamente simples montar um Gopherhole.

Jargões equivalentes entre a Word Wide Web e o Gopher

  • World Wide Web (WWW) --> Gopher (Gopherspace)
  • Website --> Gopher hole
  • homepage / index.html --> gophermap
  • Blog (Web log) --> Phlog (Gopher log)
  • http(s):// --> gopher://
  • Portas 80 (http) e 443 (https) --> Porta 70
  • Origem

    O sistema gopher foi lançado em meados de 1991 por Mark P. McCahill, Farhad Anklesaria, Paul Lindner, Daniel Torrey e Bob Alberti da Universidade de Minnesota, nos EUA. Foi pensado para ser simples e com um sistema hierárquico de pastas, subpastas e ficheiros, rápido de ser criado e barato.

    A estrutura hierárquica do Gopher forneceu uma plataforma para as primeiras conexões de bibliotecas em grande escala.

    Com a ascensão da World Wide Web o gopher caiu em desuso e hoje é utilizado principalmente por entusiastas de tecnologias e por quem prefere sistemas minimalistas.

    Navegar num gopherhole

    Para navegar num gopherhole é necessário ter um cliente compatível. Com um browser como o Chrome ou Firefox não é possível visitar um goherhole, embora existam aplicações web que consigam mostrar um gopherhole nesse tipo de browsers.

    Um dos clientes mais recomendados é o Lynx, que é um browser que funciona no terminal. Com o lynx instaldo, entramos num gopherhole da seguinte forma:

    lynx gopher://vaporhole.xyz lynx gopher://vaporhole.xyz/1/~nix

    Para navegar use o direcional do teclado.

    Outro cliente interessante é o browser Lagrange, que é uma aplicação desktop pensada especialmente para o protocolo gemini, mas que também suporta o protocolo gopher.

    O gopherspace tem um sistema de buscas chamado Veronica.

    Montar um Gopherhole

    Antes de mais é necessário ter um servidor gopher, seja um servidor caseiro ou de um projeto que disponibilize esse serviço.

    Partindo do pressuposto que esse requisito está garantido, montar um gopherhole é muito simples, qualquer pessoa o conseguirá fazer mesmo sem grandes habilidades técnicas. Para isso basta colocar dentro da public_gopher os ficheiros pretendidos, que podem ser de vários formatos, mas geralmente txt e/ou html. Para uma melhor organização os ficheiros podem ser colocados em pastas e subpastas. E pronto, não é preciso mais nada. Só isso já é o suficiente para ter um gopherhole funcional, porém, geralmente também é utilizado um ficheiro gophermap.

    O gophermap é tipo um index.html, a homepage. No ficheiro gophermap (sem extensão) é construído de forma simples o menu de navegação, ou seja as ligações para os ficheiros e pastas que foram adicionados, ligações para outros gopherholes ou websites externos, e outras informações.

    Formatando um gophermap

    ! O ponto de exclamação é usado para o título e fica na primeira linha.

    Para construir um menu, cada linha fica com o seguinte formato:

    
    Xnome<TAB>seletor<TAB>host<TAB>porta
    
    X  - é o tipo de ficheiro gopher
    nome - é precisamente o nome que aparecerá no menu
    selector - é o caminho do ficheiro local
    host:porta - o nome do host e o número da porta, serve para linkar gopherholes externos
            

    Tipos de itens:

  • 0 - Ficheiro de texto
  • 1 - Pasta, ligação para outro gopher
  • 3 - Mensagem de erro
  • 5 - Ficheiro compactado (zip, tar, etc)
  • 7 - Consulta de pesquisa
  • 8 - Sessão Telnet
  • 9 - Ficheiro binário
  • g - Imagem GIF
  • h – Ficheiro HTML
  • i – Texto de informação
  • I - Ficheiro de imagem (diferente de GIF)
  • s - Ficheiro de som
  • ; - Ficheiro de vídeo
  • c - Ficheiro de calendário
  • m - Ficheiro MIME (mbox, emails, etc)
  • Para informações adicionais consulte o tutorial do gophernicus.

    Pondo as mãos na massa

    Já sabemos a teoria, é hora de colocar em prática.

    Os itens mais utilizados são o 0, 1, n. São esses que vão ser usados neste exemplo prático.

    1 - Crie a seguinte estrutura dentro do public_gopher:

    
    gophermap
    ficheiro.txt
    pasta
        ficheiro.html            
            

    Dentro do ficheiro .txt adicione algum texto, dentro do .html experimente colocar algum conteúdo com formatação html, mas se preferir pode ficar apenas texto simples.

    2 – Edite o gophermap

    Este gophermap terá um título, uma arte ascii, algum texto, e o menu gopher, que inclui além das ligações para os itens internos, a ligação para um gopherhole interno, para um externo, e para um website. É preciso ter em atenção que no menu é dado um tab entre as colunas, não tem espaços nem tabs no final de cada linha, e o nome pode conter espaços.

    
    !Bem-vindo/a ao meu gopherhole.
    
                _nnnn_                      
               dGGGGMMb     ,"""""""""""""".
              @p~qp~~qMb    | Linux Rules! |
              M|@||@) M|   _;..............'
              @,----.JM| -'
             JS^\__/  qKL
            dZP        qKRb
           dZP          qKKb
          fZP            SMMb
          HZM            MMMM
          FqM            MMMM
        __| ".        |\dS"qML
        |    `.       | `' \Zq
       _)      \.___.,|     .'
       \____   )MMMMMM|   .'
       
            EM CONSTRUÇÃO!
    
    [ - Os Meus Ficheiros - ]
    0Ficheiro    ficheiro.txt
    1Pasta   pasta/
    nOutro Ficheiro  pasta/ficheiro.html
    
     == Ligações ==
    1GopherInterno   /~nix
    1Gopher Interno ou Externo   /~nix   vaporhole.xyz   70
    hWebsite no VaporHole    URL:https://vaporhole.xyz/~nix/
            

    Feito isso, através do lynx ou do seu cliente preferido, entre no seu gopherhole e teste o que criou.

    Esta é a base, seguindo este princípio consegue montar qualquer gopherhole.